A globalização evidencia a importância da cooperação internacional, especialmente na educação. No ensino superior, tal mecanismo conecta instituições, comunidades e nações, fortalecendo a comunidade global para o desenvolvimento científico e a resolução de problemas locais e globais. Assim, a educação internacional promove uma comunidade diversa e inclusiva, formando cidadãos globais que se beneficiam de crescimento pessoal e acadêmico, além de promover o progresso da produção científica e aprimoramento do ensino. Reconhecendo isso, o Governo do Reino Unido tem como prioridade a educação no Brasil e compreende a importância da internacionalização para a qualidade do ensino superior, promovendo diálogos de internacionalização e parcerias entre instituições brasileiras e britânicas. Exploraremos a seguir os passos essenciais para uma internacionalização bem-sucedida de sua IES.
A começar pela mobilidade acadêmica, que é certamente vista como a iniciativa de internacionalização mais popular. No entanto, é crucial reconhecer que as oportunidades se estendem muito além disso. As possibilidades são tão vastas quanto o mundo, e a organização e consolidação de uma estratégia de internacionalização formam o cerne das atividades internacionais de uma IES. A publicação “Universidades Para o Mundo” de 2020 do British Council destaca os principais modelos de internacionalização, começando pela internacionalização integral que envolve a colaboração internacional em ensino e pesquisa. Em seguida, temos a internacionalização por mobilidade, focada no envio e recepção de estudantes e docentes internacionais, e a internacionalização do currículo, que incorpora dimensões internacionais, globais e interculturais no currículo, juntamente de estratégias de ensino e avaliação. Por fim, a internacionalização em casa integra aspectos interculturais globais nas atividades acadêmicas da instituição.
Tendo em vista essa gama de modelos para a estratégia de internacionalização, é essencial iniciar definindo os objetivos claros para entender possíveis parcerias. Logo após, avalie os modelos desejados e alternativas, levando em conta as demandas específicas do contexto institucional. Identifique as principais áreas de interesse para parcerias e proceda ao mapeamento de informações estratégicas da universidade, o que inclui o contexto, localização, dimensões, número de alunos e unidades, disciplinas de interesse e, se possível, o nível de proficiência em inglês dos alunos e professores. Com base nessas informações, a elaboração de apresentações institucionais em inglês surge como um método eficaz para os primeiros contatos. Essas apresentações, que contêm os pontos mencionados acima, servem como uma introdução à instituição brasileira e aos seus programas. Elas destacam as oportunidades que a instituição pode oferecer a possíveis parceiros estrangeiros e podem ser compartilhadas durante reuniões ou disponibilizadas no site da instituição de maneira acessível.
Também é importante avaliar a capacidade da instituição para desenvolver projetos internacionais. Por exemplo, a universidade brasileira A pode enfrentar dificuldades em receber alunos estrangeiros ou enviar seus alunos para a universidade britânica B se não tiver um nível institucional adequado de proficiência no inglês. Para as instituições brasileiras, a capacitação no idioma através de políticas linguísticas é vital. A política linguística é uma estratégia que prepara alunos e professores, promove a diversidade linguística e atende às necessidades da comunidade da instituição para projetos internacionais. Tal processo envolve decisões sobre a língua de instrução, serviços de apoio linguístico e promove o multilinguismo. Para uma implementação de sucesso, são necessárias mudanças nos níveis político, institucional e de sala de aula, envolvendo toda a comunidade acadêmica.
Pensando em idiomas, a língua inglesa é inevitavelmente um pilar essencial, sendo o principal idioma da academia e de diversas áreas de conhecimento e por ser a língua mais falada do mundo em número de nativos e não nativos. Dessa forma, o inglês é um passo necessário para a internacionalização. A capacitação do corpo docente para lecionar no idioma, conhecida como EMI (English as a Medium of Instruction), é uma etapa crucial que envolve o uso do inglês para ensinar disciplinas acadêmicas em países onde ele não é a primeira língua. Uma política de idiomas robusta é essencial para o sucesso de um programa de internacionalização em instituições de ensino superior tanto para os docentes quanto para os estudantes. As estratégias de internacionalização também podem explorar iniciativas como projetos de pesquisa com parceiros internacionais, educação internacional e comparada, convênios, cooperação binacional, instalação de instituições fora do país de origem, redes de cooperação, titulação conjunta, formação de professores e abertura de campi (branch-campus).
Além das citadas, a educação transnacional (TNE) é outra estratégia emergente na educação internacional, especialmente no contexto pós-pandemia. Ela permite que o intercâmbio educacional ultrapasse as oportunidades de mobilidade, pois a transnacionalização do ensino superior envolve programas ou instituições educacionais operando internacionalmente a partir de seus países de origem. A TNE aproveita os recursos tecnológicos para democratizar o acesso às experiências internacionais, o que inclui parcerias como colaboração em pesquisa, acordos de diplomas conjuntos e duplos, currículos com módulos internacionais, professores visitantes ministrando aulas à distância, entre outros. Por exemplo, estudantes da universidade A no Brasil podem ter uma aula ministrada por um professor da universidade estrangeira B do Reino Unido, apesar da distância geográfica. O Reino Unido, aliás, com sua tradição de inovação em TNE, é um parceiro renomado para essas oportunidades e a equipe de educação do Governo Britânico auxilia as IES brasileiras com esse tipo de oportunidade e parceria com universidades britânicas.
Entendemos, assim, que os esforços de internacionalização bem-sucedidos são aqueles que estrategicamente unem a comunidade institucional e acadêmica em parcerias e Pamela Alves. Isso possibilita a formação de parcerias para pensar nos principais desafios em um mundo globalizado e promove uma troca intercultural sustentável para a formação de cidadãos globais, tornando tais esforços necessários e, que incidem diretamente sobre a melhora da qualidade do ensino superior. Nesse sentido, o Governo Britânico, reconhecendo a tradição do Reino Unido em parcerias educacionais internacionais, promove ativamente no Brasil tais oportunidades entre instituições brasileiras e britânicas através do fomento de conexões e parcerias de internacionalização.
Pamela Alves
Equipe de Educação e Treinamento do Governo Britânico no Brasil.
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