Na conferência de abertura do Prodeese, Davino Pontual ressaltou que a geração Z quer personalização e prefere ensino híbrido.
A educação superior no Brasil está passando por uma mudança sem precedentes e o futuro da aprendizagem, que é digital, já chegou. Foi com essa perspectiva que o Chief Marketing Officer (CMO) da Ilumno Brasil, Davino Pontual, fez a conferência de abertura do 3º. Módulo do Programa para o Desenvolvimento de Empresários e Executivos do Setor de Educação – Prodeese, realizado nos dias 12 e 13 de setembro, no Hotel Wish, em Foz do Iguaçu.
Com o eixo Marketing e Comunicação, o evento reuniu especialistas em marketing educacional que apresentaram cases e experiências de sucesso. Na conferência Abordagens e Estratégias de Marketing em Tempos de Mudança para o Ensino Superior, Davino fez uma retrospectiva da transformação do ensino superior na última década e falou sobre estratégias e tendências na área de marketing.
Ele ressaltou que uma geração nova está entrando no ensino superior com características completamente diferentes da anterior: a geração Z (nascidos entre 1997 a 2012). Os estudantes da geração Z são flexíveis, querem personalização, preferem o modelo de ensino híbrido e irão moldar o futuro da educação.
“Essa geração vê com naturalidade a semipresencialidade”, pontua. Por ter crescido em um ambiente digital, a geração Z não vai assimilar a comunicação e o marketing tradicional. Também não aceita ouvir professores falando de forma não interativa e uma aprendizagem que não tenha gamificação.
Para Davino, quando se trata de marketing, os canais tradicionais (off-line) e digitais (on-line) desempenham importantes papéis, no entanto a eficácia e preferência têm mudado significativamente nos últimos anos com a ascensão do marketing digital e a crescente presença de estudantes on-line.
Tendências
Para Davino, as principais tendências na área de marketing são:
Personalização em massa com IA
Marketing Omnichannel Integrado
Uso de Big Data e Análises Avançadas
Crescimento do Marketing de Conteúdo Visual
Social Listening e Engajamento em Tempo Real
Parcerias com Empresas de Tecnologia
Automação de Marketing
No Ensino Superior, as tendências passam por:
Crescimento do Ensino híbrido
Personalização com IA
Microcertificação e cursos de curta duração
Gamificação e aprendizado ativo
Educação focada em soft skills
Educação internacional colaborativa
Sustentabilidade e impacto social
Falta de investimentos e hipercompetição
Davino destacou que com a pandemia houve uma mudança estrutural de comportamento no segmento educacional. Apesar do crescimento do Ensino à Distância – EaD, o Brasil está aquém em relação a outros países quando se trata de inclusão na educação superior.
No Brasil, apenas 21% dos jovens de 25 a 34 anos têm diploma superior. Nos países integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE a média é 44%.
O investimento público em educação superior no Brasil representa 0,5% do Produto Interno Bruto – PIB, enquanto a média dos países da OCDE é 1,1%.
O CMO também chamou atenção para os números da educação brasileira, de acordo com o Mapa do Ensino Superior. São 18 milhões de vagas disponíveis no ensino superior para um total de 3,6 milhões de ingressantes em 2022. O quadro indica que as instituições superiores estão preenchendo apenas 20% das vagas disponíveis.
Outro ponto abordado foi em relação ao ticket médio no Brasil. Os cursos de graduação presencial tiveram uma redução de aproximadamente 6,5% enquanto os de EaD, 5%. Somado a esse quadro, há aumento na inadimplência e número de contratos do FIES em baixa. “Estamos em um modelo de hipercompetição”.

Denise Paro
Jornalista
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