top of page

Informativo Quinzenal

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO NA MITIGAÇÃO DA EVASÃO

Atualizado: 31 de jan. de 2023

Há quase seis anos venho realizando um trabalho de sensibilização sobre a importância do gerenciamento da permanência dos alunos nas instituições de ensino. Ao longo dessa jornada dezenas de gestores compreenderam que “acesso sem apoio, não é oportunidade” (TINTO,2007), e institucionalizaram a permanência como uma área estratégica em suas instituições de ensino, trabalhando de maneira sistêmica com os três pilares do Modelo da Gestão da Permanência Eficaz. Os resultados têm surpreendido, mesmo em meio ao caos da pandemia: a redução efetiva das taxas de evasão.


Entretanto, há ainda muitos gestores que estão patinando na teoria e com dificuldades de aplicar na prática o que é apresentado nos três pilares:

  • Experiência do Aluno;

  • Suporte Acadêmico;

  • Atuação Preditiva.

Por essa razão, resolvi brevemente colocar os 5 principais fatores críticos de sucesso para a mitigação da evasão nas instituições de ensino.


1. Atuação do Grupo de Trabalho de Permanência

O “marco zero” para obter resultados efetivos na gestão da permanência, é, sem dúvidas, o entendimento de que a diminuir a evasão é uma responsabilidade coletiva, e que todos os atores nas instituições de ensino desempenham um papel importante no enfrentamento deste desafio. Por isso, se faz necessário a criação de um Grupo de Trabalho multiárea para regulamentar questões e desafios relacionados à permanência e evasão do discente. Os esforços deste GT devem se concentrar na avaliação do plano de ação para melhorar a experiência do aluno que terá impacto direto no aumento do senso de pertencimento do aluno. O grupo deverá reconhecer que fatores acadêmicos e psicossociais, juntos, influenciam as decisões de permanência ou evasão dos alunos.


2. Fortalecimento do senso de pertencimento do corpo docente

São os professores que podem contribuir de forma mais efetiva e constante na mitigação da evasão, e por tal razão, são eles os protagonistas do segundo pilar – Suporte Acadêmico.


Submersos às demandas acadêmicas, muitas vezes, o corpo docente não se atenta que a graduação é um empreendimento difícil, que requer compromisso do aluno, mas também apoio da comunidade acadêmica. Por isso, é preciso inspirar, motivar, apoiar e sempre mostrar que o sonho vale mais que a luta.


Entretanto, só é possível oferecer o que se tem, e é notável que cada vez mais, os docentes têm mais cobrança, e menos valorização. Não cabe aqui a discussão dos motivos, mas fato é que a gestão educacional necessita, de maneira urgente, criar políticas efetivas que de fato suportem o corpo docente de maneira integral, com esforços que vão desde o desenvolvimento e aprendizagem de competências e habilidades de forma contínua – Lifelong learning – até o cuidado com a saúde mental.


Da mesma forma que promover o acesso à educação não significa oferecer uma oportunidade real de transformação de vida, não adianta reunir o corpo docente semestralmente nas reuniões de alinhamento, e esperar que eles atuem como linha de frente no desafio da mitigação da evasão.


3. Integração entre captação, conversão e permanência

Muitos acreditam que a permanência deve começar a ser gerenciada após a efetiva entrada do aluno na instituição de ensino. Mas não, a mitigação da evasão começa na captação, tem continuidade no processo de conversão de matrículas, e perdura durante toda jornada acadêmica do aluno. A venda só é válida se for sustentável, e para que isso seja plausível, é necessário:

  • Atrair o público correto para a instituição (posicionamento x atração);

  • Oferecer orientação de carreira no processo de conversão (novo perfil dos profissionais de vendas nas instituições de venda)

  • Identificar claramente na entrada quem é o aluno (perfil geral e acadêmico);

4. Processos e Experiência

Cada vez mais, a experiência é quem apoia e suporta a escolha, se tornando então a protagonista de qualquer processo. A qualidade de uma interação entre marca e consumidor, em qualquer segmento, pressupõe objetividade, humanização e transparência. E são exatamente esses os pontos de maior lacuna nos processos educacionais.


Mais importante do que ter um processo mapeado, é revisitá-lo e identificar os pontos de evolução, baseado nas percepções e respostas dos clientes.


5. Tecnologia é meio, não fim

A frase pronta que mais se ouve e, ao mesmo tempo, a que menos se concretiza. Isso porque inundados de opções tecnológicas, os gestores educacionais se encantam ou permitem o encantamento do time, adicionam semestralmente novas ferramentas ao portfólio da gestão, e esperam que a ferramenta por si só faça o trabalho do time e entregue um resultado extraordinário. É o caso das célebres soluções de análise preditiva. Veja, toda ferramenta preditiva entregará insights com base em um modelo estatístico, que necessita ser minuciosamente elaborado por um humano. O que se faz com esse modelo é a questão. A preditividade pressupõe ação antecipada, focada e personalizada. Por isso, não basta adquirir a tecnologia: é preciso investir no desenvolvimento da equipe, e cobrar resultado.

Apesar de ser um tema bastante perturbador para os gestores educacionais, a evasão de alunos no ensino superior ainda carrega poucos contornos práticos no Brasil. É compreensível que muitos gestores educacionais optem por estratégias rápidas e simples. Em ambientes de recursos restritos e demandas conflitantes, são as estratégias rápidas e simples que são mais atraentes, porém, menos eficazes.


É urgente a necessário que os gestores compreendam que a decisão de permanecer na instituição passa pelas expectativas criadas pelo aluno, o suporte oferecido pela instituição, o feedback e aprendizado e o envolvimento social durante toda a jornada acadêmica. A isso chamamos gestão da permanência eficaz, que é suportada por três pilares: a experiência do aluno, o suporte acadêmico e a atuação preditiva. Trabalhados de maneira coordenada e sistêmica, fazendo parte da estratégia de negócio da instituição, a gestão da permanência eficaz garantirá não só a melhora nas taxas de retenção, mas também o sucesso do aluno, e por consequência, o sucesso da instituição.



Daniele Piazzi

Consultora da Hoper Educação




 

ATENÇÃO: Não é permitida a reprodução integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é permitida apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime (Lei 9610/98).

 

564 visualizações

Leia Mais

bottom of page