Não é surpresa que todos os setores da economia estão sendo impactados por uma crise latente e de pouca clareza sobre seu real tamanho e intensidade. O que se sabe “apenas”, é que alguns resultados pouco confortáveis já vêm transparecendo ao setor educacional, com uma captação de inverno, em média 25% menor que no ano de 2014 (Hoper 2015).
Se esta queda é fruto realmente da crise, das mudanças do FIES, ou de ambos aspectos, neste momento, a máxima principal deve ser a aplicação de uma receita básica da gestão, em ao menos 3 pontos:
Redução e ajuste de custos;
Melhoria dos processos internos;
Busca de novas alternativas e oportunidades de negócios.
No âmbito da redução e ajuste de custos, a solução envolve um aspecto fundamental:
Utilizar o famoso Diagrama de Pareto, também conhecido como princípio 80/20. Especificamente para o contexto educacional, trata-se de uma atuação profunda na readequação da estrutura de pessoal, aplicando algum tipo de modelagem organizacional, revendo a quantidade de profissionais técnicos administrativos, por setor, levando obviamente em conta a questão qualitativa. No contexto acadêmico, a atuação deve ser na folha de pagamento docente, afinal, este é o momento de rever e repensar as matrizes curriculares, avaliar se o modelo acadêmico utilizado é o mais adequado quanto à aprendizagem e consequentemente, de melhor otimização financeira.
Quanto à melhoria de processos algumas questões valem reflexão:
Ampliar a preocupação com a eficácia dos processos e a qualidade dos produtos e serviços ofertados;
Envolver os colaboradores em soluções mais efetivas e mais econômicas à instituição;
Implantar dispositivos que visam a melhoria da qualificação das competências, sempre apoiado por uma avaliação de desempenho;
A preocupação com processos bem construídos e padronizados pretende sobretudo, elevar o nível da qualificação e competências fundamentais aos colaboradores de uma IES. É mediante a definição de processos, implantação de sistemas integrados e políticas claras e bem comunicadas, que os ganhos de eficiência e eficácia aparecem.
Em se tratando de soluções efetivas e econômicas, os gestores com olhar sistêmico buscam cada vez mais soluções “caseiras”, ou seja, pensadas pela própria equipe da IES, que se não ouvida, deixa de colaborar com ideias de reduções expressivas nas despesas cotidianas da instituição.
Por último, ainda no item melhoria de processo, é fundamental ao gestor definir o mapa das competências necessárias à cada uma das funções, implantando e avaliando-o com regularidade.
Com relação às novas alternativas e oportunidades de negócio, uma fórmula antiga é essencial:
Revisar a estratégia institucional, levando em conta a cultura organizacional da IES.
Algo que tem sido frequente é a análise das IES sob seus modelos e metodologias de ensino e aprendizagem, que estão por vezes anacrônicos e pouco efetivos, necessitando urgentemente de uma reperspectivação.
Retomando o início do texto, independente de crise ou FIES, a “simples” aplicação dos 3 pontos supracitados, certamente trarão resultados expressivos à sua IES, e caso estes e outros pontos já estejam na sua agenda diária, parabéns, afinal, além de resultados financeiros e de aprendizagem, sua IES provavelmente já está mais eficiente que seus concorrentes, e posso até mesmo afirmar que sua queda na captação (caso exista) esteja alguns pontos percentuais abaixo.
O desafio é este mesmo, em meio a qualquer situação um bom gestor deve procurar soluções estratégicas e sistêmicas, que se adaptem dia após dia às movimentações do mercado.
CAIO POLIZEL
Coordenador das Consultorias Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Márcio Schünemann – Edição: Mariana Andrade – Diagramação: Laura Neves
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