O fato de o aluno utilizar o celular em sala de aula pode indicar causas variadas: uma leitura, dúvida, tédio, distração enfim, atitudes comuns nos dias atuais, basta nos questionar o motivo
de utilizarmos o celular em situações consideradas pouco apropriadas.
A proibição acaba sendo recurso encontrado pelos docentes para evitar aborrecimentos.
Quem nunca se incomodou ao ministrar uma aula observar na turma as cabeças baixas olhando
ou teclando o celular? A sensação de desprezo pelo conteúdo e desatenção com nossas explicações. Mas será que é isso mesmo? Os alunos estão errados ou a nossa postura pode
ser revista?
No zeitgeist atual a quantidade de acessos de telefonia móvel no Brasil (dados da ANATEL
de 2015) chega a 281,7 milhões, ou seja, mais do que a população brasileira que tem em torno
de 204 milhões de pessoas (IBGE, 2015). Isso significa, generalizando, que todos possuem
um dispositivo móvel e impedir a sua utilização é algo complexo que envolve cultura pessoal
e institucional.
Essa realidade não é exclusiva do Brasil, assim como, o problema identificado dentro da sala
de aula e por essa razão que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura – UNESCO criou um guia de orientações para o aprendizado móvel[1], ou seja,
ao invés de combatê-lo, podemos utilizá-lo e aperfeiçoar os resultados da educação.
E, por serem altamente portáteis e relativamente baratos, podem ampliar o potencial
e a viabilidade da aprendizagem personalizada (UNESCO, 2014, p.12).
A proibição segundo a UNESCO, “pode obstruir as oportunidades educacionais e inibir
a inovação do ensino e da aprendizagem, a não ser que sejam implementadas por motivos
bem fundamentados” (UNESCO, 2014). O aparelho móvel pode garantir o acesso rápido
de informações além de ampliar e enriquecer as oportunidades educacionais com maneiras inovadoras de racionalizar e simplificar a aprendizagem.
Um ponto chave é ver o que é oferecido pelo professor que o dispositivo móvel pode realizar e,
o que ao contrário é impossível de fazer? Esse é o ponto para o docente refletir e ver como pode terceirizar para a tecnologia atribuições que ela dá conta e aperfeiçoar/investir nos aspectos que
a máquina não consegue realizar. Assim, não estaremos competindo com os aparelhos e sim incorporando nas nossas práticas pedagógicas.
[1] http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002196/219641e.pdf
Milena Mascarenhas
Coordenadora da área de Soluções ede Apredizagem da Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Carla Thomasi e Márcio Schünemann - Edição: Carla Thomasi – Diagramação: Paulo Ricardo
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