Apesar de ser um tema bastante incômodo para os gestores educacionais, a evasão de alunos no ensino superior ainda carrega poucos contornos práticos no Brasil. É compreensível que muitos gestores educacionais optem por estratégias rápidas e simples. Em ambientes de recursos restritos e demandas conflitantes, são as estratégias rápidas e simples que são mais atraentes, porém, menos eficazes.
A saída de um aluno da instituição requer tanto a compreensão das forças que influenciam sua persistência, quanto o desenvolvimento de políticas e práticas destinadas a melhorar as taxas de retenção, com base na compreensão de tais forças. Neste artigo, faço um convite à reflexão à você, gestor educacional, para alterar o modelo mental e visão tradicional sobre a evasão, não gastando energia e investimento para reter o aluno na sua instituição, mas sim apoiando o aluno na realização de suas metas e na conquista do sucesso.
Dessa forma será possível compreender que a decisão de permanecer na instituição passa pelas expectativas criadas pelo aluno, o suporte oferecido pela instituição, o feedback e aprendizado e o envolvimento social durante toda a jornada acadêmica. A isso chamamos gestão da permanência eficaz, que é suportada por três pilares: a experiência do aluno, o suporte acadêmico e a atuação preditiva.
Trabalhados de maneira coordenada e sistêmica, fazendo parte da estratégia de negócio da instituição, a gestão da permanência eficaz garantirá não só a melhora nas taxas de retenção, mas também o sucesso do aluno, e por consequência, o sucesso da instituição.
PILAR I: - EXPERIÊNCIA DO ALUNO – FOCO: CONHECER O ALUNO
Com o objetivo promover uma experiência longitudinal com o aluno, criando o senso de pertencimento e um engajamento significativo, o primeiro pilar tem como foco conhecer o aluno. Quanto mais as instituições conhecerem seus alunos e, quanto mais os alunos sentirem que estão recebendo um serviço personalizado, maior será a probabilidade de permanecerem na instituição e alcançarem o sucesso. Essa experiência abrange aspectos de desenvolvimento acadêmico e intelectual, integração social e até saúde emocional.
PILAR II: - SUPORTE ACADÊMICO: FOCO: ÁREA ACADÊMICA
Preditor do sucesso do aluno, que por sua vez é preditor do sucesso e reputação da instituição, o pilar do suporte acadêmico tem como foco a área acadêmica e desenvolvimento efetivo do corpo docente. Especialmente durante os dois primeiros anos da graduação, para boa parte dos alunos, a disponibilidade de apoio acadêmico, dentro e fora da sala de aula é fundamental para o processo de decisão de permanecer no curso ou na instituição, pois quanto mais aprendem, mais valor eles encontram em seu aprendizado.
PILAR III: -ATUAÇÃO PREDITIVA: TECNOLOGIA, BIG DATA E VISÃO ANALÍTICA
A visão tradicional da retenção trabalha de maneira reativa, porém, para a gestão da permanência eficaz trabalhar de maneira proativa garante a intervenção focada e personalizada para evitar a evasão, por isso o foco deste pilar repousa na tecnologia, big data e visão analítica. Com os insights gerados pela ferramenta tecnológica os gestores podem fazer melhorias em seus processos, comunicações, ensino e aprendizagem, proporcionando uma experiência personalizada ao aluno. A atuação preditiva deve trabalhar com a identificação precoce - antes e depois da matrícula do aluno – e com a intervenção antecipada, intensiva e contínua.
Apesar dos desafios, como educadores não podemos permitir que tantas pessoas desistam de conquistar o tão sonhado título na educação superior. Sabemos que é possível apoiar o sonho dessas pessoas e aumentar os índices de permanência e graduação. Agora, é necessário o compromisso de fazê-lo.
Daniele Piazzi
Consultora da Hoper Educação.
EXPEDIENTE:
Revisão: Maria Luiza Zarro e Márcio Schünemann – Diagramação: Fernanda Souza - Gráfico - Mariana Andrade
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