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Informativo Quinzenal

O ACERVO VIRTUAL NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO


O Ministério da Educação, através do Instrumento de Avaliação para os cursos de Graduação, prevê a possibilidade de utilização do acervo virtual na bibliografia básica e complementar dos cursos de bacharelado, licenciatura e ensino a distância. Os livros digitais representam um avanço significativo na medida em que amplia o acesso à leitura e potencializa, positivamente, o processo de ensino-aprendizagem. Resta, entretanto, questionar o formato, analisar os mecanismos de leitura dos livros digitais e identificar o papel dos professores como intermediários imprescindíveis para o êxito dos leitores virtuais.

A história dos livros é longeva, vem desde a Antiguidade, passando pela Idade Média, consolidando-se na Idade Moderna e massificando na Idade Contemporânea. Primeiro utiliza-se o formato de códice e do pergaminho, depois as máquinas de Johannes Gutemberg revolucionam o procedimento de confecção dos livros impressos. As técnicas tipográficas melhoram os aspectos gráficos, editoriais e barateiam o custo de produção. No século XX, o advento da fotografia e do cinema coloca os impressos em xeque, as imagens das fotos e as imagens em movimento disputam os leitores, e cresce o número de espectadores nas salas de cinema.

O advento dos livros virtuais pode significar a resistência perante um universo cada vez mais virtualizado. Ainda assim, não podemos considerar os títulos virtuais como e-books, pois os virtuais ainda carecem de conjugar a imagem, os vídeos e o texto no mesmo formato. As obras virtuais, se comparadas aos títulos físicos, ainda são limitadoras em relação aos mecanismos de leitura em razão de não serem facilmente manuseáveis. Nem todos os leitores proporcionam a marcação do texto, a paginação de cada título (indispensável para citações dos textos), as páginas virtuais travam, e alguns ainda dependem da internet para uma boa fruição do acervo. OPORTUNIDADE

Os professores precisam se apropriar dos novos formatos e enfrentar a realidade do ensino cada vez mais digitalizado, virtualizado. Os educadores devem intermediar essa relação de modo que os estudantes se sintam mais seguros com o acervo virtual. Boa parte desses acervos oferecem muitos títulos, e a abundância pode perturbar a aprendizagem dos estudantes. Cabe aos docentes, portanto, orientar os títulos mais apropriados – quantidade não significa qualidade.

A geração de estudantes de hoje ainda não é a geração eminentemente virtual. Os acervos virtuais oferecidos na cotidianidade ainda precisam evoluir. Não devemos cair no senso comum que endossa o acervo digital acriticamente, isto é, como meio de sanar todas as necessidades de leitura de um dos atores mais importantes do Ensino Superior brasileiro, os estudantes.

Hugo Quinta

Consultor da Hoper Educação

EXPEDIENTE:

Revisão: Márcio Schünemann e Maria Luiza Zarro – Diagramação e Gráfico: Mariana Andrade

ATENÇÃO: Não é permitida a reprodução integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é permitida apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime (Lei 9610/98).

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