DA FLIPPED CLASSROOM À FLIPPED LEARNING
- Hoper Educação

- 23 de mar. de 2015
- 4 min de leitura
A expressão “flipped classroom”, traduzida no Brasil como sala de aula invertida, foi lançada por volta de 2008 por dois professores de ensino médio norte-americanos, Jonathan Bergmann e Aaron Sams, que resolveram gravar vídeos com o conteúdo das suas aulas de química e disponibilizá-los on-line para os alunos faltantes. Em pouco tempo, os vídeos passaram a ser acessados também pelos estudantes assíduos, e depois, por estudantes e professores de outras localidades, nos Estados Unidos. A essa altura, Bergmann e Sams já haviam percebido o potencial de transformação daquela estratégia, e viram a oportunidade de mudar radicalmente a forma como utilizavam o tempo na sala de aula. Hoje ambos integram o conselho da Flipped Learning Network–FLN, instituição voltada à pesquisa sobre o modelo flipped.
Conforme as experiências de inversão da sala de aula se ampliavam, desenvolvia-se o conceito e a fundamentação pedagógica das ações envolvidas. Por intervenção da FLN, nos Estados Unidos o modelo começa a ser referenciado como “flipped learning” (aprendizagem invertida). Foi renomeado num esforço para destacar que não basta inverter o local de ocorrência das ações, para que se configure um modelo diferenciado de aprendizagem.

Em linhas gerais, consiste em realocar as atividades de aprendizagem e redistribuir os tempos de estudo. Diferentemente dos modelos tradicionais, o contato com o conteúdo de base (instrução direta) acontece fora do espaço-tempo da sala de aula, por meio de vídeos, arquivos de áudio, textos e outros. Em sala, o tempo é empregado na discussão e debate sobre os conteúdos, na resolução de questões, no desenvolvimento de projetos ou outras atividades práticas e de aplicação dos conceitos.
Na educação superior, o ciclo em torno de um tema pode ser descrito como na figura seguinte:

A exploração do conceito é a porção que comporta a instrução direta – acesso ao conteúdo de base, e que o aluno deve completar antes do momento em sala, com o professor e os colegas.
A porção referente à construção de significados é realizada em tempos e espaços definidos segundo as preferências dos estudantes e do professor e a adequação dos recursos ao tema/atividade.
A parte correspondente a demonstração, aplicação ocorre nos momentos em que professor e alunos estão reunidos, na sala de aula, em laboratórios ou outros espaços.
A flipped learning faz parte de um ideário educacional que envolve abordagens assentadas na aprendizagem ativa – concepção pedagógica segundo a qual o aprendizado ocorre quando o aluno está engajado no processo e busca o conhecimento de forma proativa. O conceito flipped comporta a associação com diferentes tipos de metodologias ativas.
O modelo demanda transformações importantes nos papeis de professores e estudantes. Para o professor, a mudança mais significativa talvez seja a extinção da rotina de entrar em sala para proferir uma aula-palestra. Cessa a atividade de “transmissão de conhecimento” para dar lugar à atividade de orientação: na busca de informações; na participação nos debates e discussões; no desenvolvimento das atividades de aplicação dos conceitos. Para o aluno, a principal demanda é essencialmente atitudinal: sair da condição de plateia e adotar uma postura proativa em relação ao seu aprendizado e à sua formação profissional.
No Brasil, a abordagem ainda é conhecida como flipped classroom. A quantidade de experiências na educação superior é relativamente pequena, mas começam a surgir dados de pesquisa sobre sua utilização – bem sucedida – em cursos da área da saúde e em cursos tecnológicos.
Nos Estados Unidos, o histórico de experiências é consideravelmente maior, com aplicação do modelo em todos os níveis educacionais. Em consequência, a pesquisa sobre o tema desenvolveu-se e estendeu-se para além das fronteiras do país. Na educação superior, um levantamento realizado pela Pearson Education colheu informações em 22 artigos sobre flipped learning, e ranqueou os fatores apontados como motivadores da mudança para o modelo flipped. Traduzidos em objetivos a serem atingidos, esses fatores são apresentados no quadro abaixo.

O quadro mostra as razões pelas quais as instituições optaram por implantar a flipped learning, de acordo com objetivos que pretendiam atingir.
Apenas inverter o local de ocorrência das ações não garante a transformação desejada. O sucesso depende principalmente do comprometimento das pessoas – estudantes, gestores, professores e demais funcionários – em atingir objetivos por meio da promoção da autonomia e protagonismo do aluno.

SANDRA RODRIGUES
Consultora - Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Márcio Schünemann - Edição: Carla Thomasi – Diagramação: Luana Guillande
REFERÊNCIAS:
ARONSON, N. Arfstrom, K. M. Tam, K. Flipped Learning in Higher Education. Disponível em: <http://www.flippedlearning.org/cms/lib07/VA01923112/Centricity/Domain/41/HigherEdWhit ePaper%20FINAL.pdf>. Acesso em: 11 Mar. 2015.
TUCKER, B. The Flipped Classroom - Online instruction at home frees class time for learning. Education next, [s.l.], v.10, n.1, Winter 2012. Disponível em: <http://educationnext.org/the-flipped-classroom/>. Acesso em 16 Mar. 2015.
What is a 'flipped classroom'? Institute for Teaching and Learning Innovation – The University of Queensland. Disponível em : < http://www.uq.edu.au/tediteach/flipped-classroom/what-is-fc.html >. Acesso em: 12 Mar. 2015.
http://flippedlearning.org/FLN Acesso em: 16 Mar. 2015.
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Plágio é crime (Lei 9610/98).











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