O setor de educação superior depara-se com a necessidade de promover mudanças numa área que permanece intocada há mais de um século: a metodologia. Abaixo, três motivos para sua IES inovar:
1. Competitividade. O Brasil possui mais Instituições de Educação Superior Privadas com fins lucrativos que qualquer outro país. Segundo a Análise Setorial do Ensino Superior Privado 2014, elaborada pela Hoper, são 2.112 IES, a primeira posição em quantidade de fusões e aquisições e estimados 35,9 bilhões de faturamento para 2014. Nesse mercado, grade curricular e preço de mensalidade de cursos já não são diferenciais. Metodologias diferenciadas de ensino-aprendizagem ganham cada vez mais espaço na educação, no mundo inteiro, e já despontam como fator de escolha para alunos em grandes universidades dos Estados Unidos. Inserir mudanças nesta área tende a fazer a diferença também no Brasil, conferindo maior competitividade às instituições que souberem inovar, independentemente do tamanho da IES ou de seus objetivos no médio e no longo prazo.
2. Retenção de alunos. O modelo educacional em vigor tem por base metodologias de transmissão unidirecional de conhecimentos. Esse formato, centrado no professor e no ensino, foi muito útil nos momentos em que a demanda prioritária era instruir muita gente, de modo padronizado, em pouco tempo. Hoje, o cenário é outro: a internet e o desenvolvimento das tecnologias de comunicação transformaram profundamente a sociedade. O perfil dos alunos mudou. O estudante que a IES recebe agora está imerso em novo modo de vida, no qual interação e aprendizagem acontecem no mundo real e no virtual, mediadas por tecnologias em evolução constante. Os alunos podem facilmente encontrar os conteúdos teóricos das aulas na internet, e acessá-lo quantas vezes quiserem, em locais e horários que melhor lhe convierem, no ritmo em que desejarem; podem interagir intensamente com os colegas virtualmente, e gostam disso. Propostas metodológicas que contemplam essas variáveis são atraentes para o estudante, e tendem a envolvê-lo no seu processo de aprendizagem e aproximá-lo da instituição, diminuindo as chances de evasão por insatisfação em relação ao curso ou à IES.
3. Ineficácia do modelo. Metodologias estruturadas com base na transmissão de conteúdo não atendem às necessidades de aprendizagem para um bom desempenho no ENADE, porque nele cobra-se mais o desenvolvimento de competências e habilidades, e menos a memorização de conteúdos programáticos. A transmissão de conteúdo também não prepara adequadamente para o mercado de trabalho. Em face das transformações econômicas, sociais e culturais, a demanda atual é pelo profissional que conhece sua área, mas, sobretudo, aprende o tempo todo, consegue encontrar soluções criativas para problemas complexos, sabe tomar decisões e produz em colaboração com outros. Metodologias estruturadas com base na aprendizagem e foco no aluno são mais eficazes para atingir esses objetivos, pois são comprometidas com o desenvolvimento da autonomia necessária para torná-lo responsável por sua aprendizagem e formação.
Vale lembrar que, em se tratando de metodologias de ensino e aprendizagem, inovar de fato é uma alteração e tanto. Significa passar de um paradigma a outro, e requer transformações na instituição como um todo.
SANDRA RODRIGUES
Consultora Acadêmica Hoper
EXPEDIENTE:
Revisão: Caio Polizel, Marcio Schünemman e Carla Thomasi - Edição Carla Thomasi – Diagramação: Luana Guillande
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