Em 2019, pela primeira vez o ENADE agrupará Ciências Exatas (com destaque para as Engenharias e Arquiteturas), Ciências Agrárias e as Ciências da Saúde.
O Super ENADE suscita preocupações mas ao mesmo tempo oportuniza melhorias nos processos de ensino e aprendizagem, em especial, para as IES privadas que apostam nestas áreas para o atendimento às suas demandas de mercado. Consequentemente, um impacto novo com a mudança do ciclo a partir da Portaria 19/2017 (reeditada pela Portaria 840/2018) e estratégico para a composição do IGC – Índice Geral de Cursos das instituições.
Olhando especificamente para os cursos presentes agora neste novo ciclo, remetemos aos resultados do ENADE de 2016 e de 2017 como fonte de insumos para um plano de gestão do ENADE 2019. E os resultados são alarmantes, vejamos.
Em 2016, há um crescimento do volume de IES com cursos reprovados (Conceito 1 e 2). No ciclo 2013 foram 531 IES, já em 2016 alcançou-se o indicador de 572 IES com cursos reprovados, um aumento próximo a 8%. No entanto, o dado que realmente impressiona é o fato de que 354 IES que tiveram cursos reprovados em 2013 retornam em 2016, ou seja, mais de 60% deste total. Seguir na lista dos reprovados exige um repensar de estratégias, afinal se passaram 6 anos. Por outro lado, temos 218 IES que “debutam” neste rol de IES com cursos reprovados. Um volume considerável para 2019!
No total do ciclo 2016, foram 1.178 cursos com Conceitos reprovados (1 e 2) mais 331 cursos com Conceito 3 mas somente 10% acima da nota de corte do Conceito 2. Ao todo, falamos de 1.509 cursos em risco direto para este ENADE de 2019.
Como exemplo, analisamos os resultados ENADE 2016 de 4 cursos, escolhidos pela sua relevância estratégica (ticket médio) e volume (número de cursos) no cenário nacional:
Já quando olhamos para as Engenharias e Arquitetura que “estreiam” no novo ciclo 2019, o cenário é ainda mais preocupante. Falamos de 3.112 cursos que fizeram ENADE 2017 (resultados finalizados há pouco) e temos 1.128 cursos reprovados na totalidade, sendo que outros 225 cursos do restante não alcançaram 10% acima da nota de corte para Conceito 3. Estes números representam quase 45% do total de cursos que voltam ao exame este ano, em claro e evidente risco. Se levarmos em consideração que as “turmas ENADE” em preparo até a mudança era a de 2020, há um descompasso ainda maior a partir da mudança do ciclo pela nova legislação.
Um exemplo que vale o registro, diz respeito a Engenharia Civil que teve o índice negativo de 46% dos cursos de Engenharia Civil reprovados (Conceitos 1 e 2) totalizando 27.257 alunos (52% do total dos alunos) que não alcançaram o indicador mínimo satisfatório, ou seja, conceito 3. Falamos de mais da metade dos alunos reprovados no ENADE de Engenharia Civil.
Listamos ainda, outros 4 cursos em destaque deste ciclo em mudança:
ENADE 2018
“Contribuindo” com a ansiedade de muitos acerca das tendências do ENADE 2018, trazemos as primeiras impressões sobre o resultado do exame, consolidados a partir de contribuições de IES que representam as 5 regiões e as 3 tipologias de organização acadêmica (Universidade, Centros Universitários e Faculdades isoladas). Estas receberam espontaneamente de seus alunos os cadernos, corrigiram e compartilharam com a HOPER EDUCAÇÃO seus resultados estimados a fim de projetar, a partir da consolidação com os resultados estimados de outras IES, expectativas e tendências para 2018.
Vale o registro que trata-se de uma amostragem, vem carregada de variáveis que podem mudar completamente o resultado, seja pelo volume da amostragem (todos os cursos entre 5 e 10 unidades comparadas) seja pela correção das questões discursivas (padrão de cada IES) ou ainda, pela não representatividade do total do alunado do curso, uma vez que as entregas dos cadernos foram espontâneas.
Destacamos 3 cursos bem estratégicos neste ciclo: Direito, Administração e Psicologia.
Aparentemente, a prova do curso de Direito foi mais difícil, com uma projeção de queda nas notas de corte de até -7%. Próximo a esta tendência percentual, o curso de Administração bateu uma queda média de -6%. Já para Psicologia, temos uma tendência de resultado com crescimento na amostragem em média de +13%.
Agrupando estes dados, podemos ter como expectativa/projeção, a partir da amostragem em trabalho, notas de corte que fiquem próximos a:
Trata-se de um mero ensaio, reitera-se, a partir de amostragem de dados colhidas e as quais precisamos agradecer às IES parceiras que se predispuseram a nos enviá-los.
Tendências em mãos, é hora de fazer conta e prospectar nossos resultados, mas antes de tudo, deve-se olhar para o processo de ensino e aprendizagem e corrigir as distorções do que pode ser observado, e diagnosticado, sempre com um enfoque pragmático. Engenhar não resolve, coloca por terra nossos resultados, o que resolve mesmo é cuidar da saúde de nossos cursos, entenda-se, da APRENDIZAGEM (o trocadilho nunca foi tão válido).
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A Hoper Educação tem uma área específica de estudos voltados para os indicadores de qualidade acadêmica com destaque para o ENADE/CPC e IGC. Fale conosco!
Adriano Coelho
Consultor ENADE da Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Maria Luiza Zarro e Márcio Schünemann – Diagramação: Fernanda Souza - Imagens: Fernanda Souza
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