No início de maio (ano base: 2022), ministrei uma palestra na BETT Brasil, um mega-evento com 4 dias de duração, envolvendo palestras, entrevistas, horas de conteúdo entre outros, e considerado o maior evento de educação e tecnologia da América Latina, cujo tema central foi a Cocriação da Educação do Futuro.
Minha participação foi no fórum de gestores do evento, mas antes de comentar sobre as pautas lá debatidas, gostaria de explanar rapidamente sobre os stands e empresas que lá estavam. Tudo muito bem construído e com bastante zelo, de todo modo, fiquei me questionando se de fato as empresas e as pessoas estão caminhando para a cocriação da educação do futuro ou para a simples “CoPiação”.
Digo isso pois, por exemplo, muitos dos grandes sistemas de ensino que lá estavam, em minha opinião tem feito mais do mesmo, oferecem diversas soluções, muito copiadas umas das outras, com mínimos diferenciais, e aí é que me questiono, será que isso de fato mudará e transformará o futuro da Educação?
Enquanto isso, no Fórum de Gestores, uma das tônicas que percebi, na maioria das falas, foram bons exemplos e informações que se levadas a sério, e se fossem minimamente “copiadas” pelos gestores, certamente mudariam para melhor os resultados das instituições educacionais.
Considero isso um paradoxo, afinal onde de fato deveriam inovar e não “apenas” copiar uns dos outros, no âmbito de um sistema de ensino por exemplo, acabam por copiar boa parte das soluções; e no contraponto, enquanto na gestão, a simples cópia de boas soluções poderia trazer resultados interessantes, os gestores tentam criar suas próprias alternativas, perdendo a oportunidade de aprender e tirar proveito das boas práticas.
Vejamos algumas das discussões realizadas na mesa intitulada Centro de Serviços Compartilhados na Educação:
Exemplificou-se os percentuais de inadimplência, folha de pagamento, despesas administrativas e de marketing de instituições com baixa ou elevada profissionalização, e as diferenças resultantes na linha de EBITDA (uma diferença positiva de mais de 200% para as instituições mais profissionalizadas). | |
Evidenciou-se a redução média alcançada no número de funcionários técnicos administrativos após 12 meses de implantação de uma Central de Serviços Compartilhados (CSC), destacando 10% como a referência média de redução. | |
Destacou-se ainda que 49% das empresas da pesquisa apresentada, utilizou a economia gerada pelas melhorias de produtividade com a implantação do CSC na redução de custos para o negócio propriamente dito.
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Foi exemplificado e detalhado as etapas e prazos máximos para a implantação de uma CSC, passando pelo delineamento da central (90 dias), padronização dos processos e setores (180 dias) e a implantação “total” do CSC (6 a 24 meses). | |
Ressaltou-se que a média de payback da implementação de um CSC fica na casa dos 2 anos. | |
Por fim, apresentando um senso de realidade, nas trocas entre a moderadora e debatedores ficou claro os benefícios gerais de um CSC, com exemplos bastante práticos, mas deixou-se de clarificar que a implantação de uma central de serviços não é nem simples e nem rápida, e que requer um bom planejamento. |
Os seis tópicos supracitados apenas destacam um recorte síntese do que foi discutido na mesa de debate sobre CSC. Mas, considero que o mais importante neste momento é que os gestores, sejam eles administrativos, financeiros ou acadêmicos, precisarão abrir-se ao novo momento da educação e porque não do mundo, onde tudo está sendo repensado em sua forma fazer e de ser.
É preciso experimentar e colocar equipes, professores e alunos conectados pela tecnologia, com soluções simples. Não é preciso errar com o básico, a gestão pode e deve usar com inteligência o que já existe, sendo este um excelente primeiro passo. Por fim, como diria Peter Drucker:
“Todas as inovações eficazes são surpreendentemente simples. Na verdade, maior elogio que uma inovação pode receber é haver quem diga: Isto é óbvio! Por que não pensei nisso antes?”.
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Caio Polizel
Sócio e Consultor da Hoper Educação
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