Curso analisado: Engenharia Civil
Apresentamos a seguir parte de um estudo elaborado pela Hoper Educação procurando mapear a evasão do curso de Engenharia Civil privado na modalidade presencial. Foram selecionados os alunos desistentes no ano de 2011 e 2012 e considerados como desistentes os alunos que se desligaram do curso ou que trancaram suas matrículas. A proposta apresentada a seguir possui visão Brasil mas pode ser adequada a qualquer curso, região de atuação ou Instituição de Ensino Superior (IES) brasileira que deseje aprofundar informações sobre o seu desempenho mercadológico.
Engenharia Civil
Segundo os dados mais recentes do Censo da Educação Superior (ano base 2013), o curso de Engenharia Civil foi o 4º curso com mais matrículas privadas presenciais do país, responsável por 4,8% de todas as matrículas privadas presenciais do Brasil (212.046 matrículas). Considerando os alunos que ingressaram em Engenharia Civil privada no ano de 2011, 45,1% desistiram do curso em 2011 e 2012 (22.433 desistências). Desses alunos desistentes, apenas 13% (2.908) voltaram a estudar em 2013. Dos alunos que estavam estudando, 42,2% (1.228) voltaram a estudar no mesmo curso e IES que haviam desistido e 31,2% (906) optaram pelo mesmo curso, mas em outra instituição. Os 26,6% restantes (774 alunos), optaram por cursos diferentes que Engenharia Civil.
O infográfico acima mostra que entre as 10 primeiras escolhas dos desistentes de Engenharia Civil, 6 são cursos de Engenharia, indicando que este aluno, quando não retorna ao mesmo curso, busca outros cursos da mesma área. Além das Engenharias, os cursos de Administração, Arquitetura/Urbanismo, Direito e Ciências Contábeis foram outros 4 cursos escolhidos pelos desistentes. As 5 primeiras opções representam 88,6% das escolhas dos alunos que retomam os estudos. As opções restantes são representadas por outros 100 cursos, totalizando 11,4% das escolhas. Notamos ainda uma migração de alunos da educação privada para a educação pública. A tabela a seguir apresenta as informações detalhadas de cada curso escolhido.
Aplicações
Para as IES privadas que oferecem Engenharia Civil, é válido observar a taxa de retorno dos desistentes deste curso e compará-la com a taxa Brasil, estimada neste estudo (73,4%). Ainda, é possível comparar a migração que ocorre dos desistentes deste curso para outros cursos de Engenharia ou para os cursos de Administração, Arquitetura/Urbanismo, Direito e Ciências Contábeis, através dos dados Brasil apresentados na tabela de Engenharia Civil.
Os valores Brasil de retorno aos estudos e de migração para outros cursos apresentados aqui podem ser usados como referência para efeito de comparação, mas é válido ressaltar que a situação de cada IES deve ser analisada separadamente pois o comportamento de sua região de abrangência pode ser diferente da referência Brasil.
Além das informações apresentadas neste texto, o mapeamento da evasão também pode ser útil para identificar a modalidade dos cursos escolhidos pelos desistentes (presencial ou EaD) ou ser aplicada a cursos de diferentes graus acadêmicos (como tecnólogos ou licenciatura). É possível ainda estimar a taxa de evasão de cada curso, por região, estado, município ou IES. A partir destas informações, os gestores da instituição podem ter um conhecimento mais amplo a respeito de seus cursos, do perfil de seus ex-alunos evadidos e da dinâmica do próprio mercado, propiciando a tomada de decisões estratégicas para diminuir a evasão e melhorar o desempenho em sua região de atuação.
E você, já sabe para onde estão indo os seus alunos desistentes?
PAULO FREIRE
Analista de Estudos de Mercado
EXPEDIENTE:
Revisão: Márcio Schünemann – Edição: Mariana Andrade – Diagramação: Laura Neves
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