O panorama das matrículas presenciais privadas da Educação Superior teve mudanças significativas do ponto de vista dos cursos entre 2009 e 2013. O gráfico a seguir procura retratar as mudanças de posições entre os 28 cursos com mais matrículas privadas presenciais de 2009 até 2013, mostrando a ascensão e o declínio dos cursos mais procurados no Brasil, segundo dados mais recentes do Censo da Educação Superior (data base 2013).
As tabelas a seguir procuram retratar os cursos que mais subiram e os que mais caíram no período informado.
Importante observar o destaque dos cursos de Engenharia entre os cursos que mais ganharam posições no ranking das matrículas privadas presenciais. Engenharia Civil passou da posição 19 para 4 do ranking. Engenharia Mecânica passou da posição 27 para a posição 15. Comparando as mensalidades 2015 destes cursos, todas estão acima da mensalidade Brasil (R$715).
Neste período o Financiamento Estudantil (FIES) teve uma procura expressiva, permitindo o acesso aos cursos mais caros. Além disso, o crescimento da economia trouxe o otimismo da população brasileira, disposta a adotar um maior endividamento visando a construção da casa própria. O próprio governo estimulou o setor da Construção Civil devido ao grande déficit habitacional brasileiro. Somado a esses fatores, podemos inferir que a Copa do Mundo também estimulou a procura por cursos de engenharia e arquitetura, devido às construções de instalações e estádios. Contudo, em 2015, com as novas regras do FIES e também com o cenário econômico fragilizado, a tendência é que tais cursos tenham uma diminuição no fôlego das matrículas para os próximos anos, sobretudo porque o ciclo do curso se completa, aumentando o número de concluintes.
Do outro lado, foi expressiva a queda na procura por cursos de Letras, Ciências Biológicas e os cursos ligados à Tecnologia da informação. O curso de Letras caiu da posição 12 para a posição 23. O curso de Ciências Biológicas caiu da posição 16 para a posição 25. Ambos os cursos estão relacionados à docência, área que vem apresentando queda na procura no setor privado devido aos baixos salários. Ciências da Computação passou da posição 21 para a posição 28 e Sistemas de Informação caiu da posição 11 para a posição 17. Os cursos da área de Tecnologia de Informação não são regulamentados pelo MEC, o que traz a essa área grande informalidade, além de despertar o interesse de profissionais formados em outras áreas, devido aos altos salários oferecidos. Relevantes também são as certificações de TI que possuem um peso muitas vezes comparado ao de uma graduação na área, devido à especificidade do profissional certificado. Quanto aos demais cursos nota-se uma relativa estabilidade quanto ao número de matrículas, demonstrando poucas variações e a manutenção geral das posições no ranking. Do ponto de vista estratégico, a análise dos cursos existentes e também da criação de novos cursos passa por um estudo detalhado das demandas do mercado e dos cursos oferecidos pela concorrência. Visando esse objetivo, a Hoper oferece soluções que podem auxiliar a Instituição de Educação Superior a decidir quais cursos serão melhor aceitos ou que mais possuem demanda em seu mercado de atuação.
Paulo Freire
Analista de Mercado Hoper Educação
EXPEDIENTE:
Revisão: Carla Thomasi e Márcio Schünemann - Edição: Carla Thomasi – Diagramação: Paulo Ricardo
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